sexta-feira, junho 06, 2014

Aquela tarde


[...] Após mais uma tarde perfeita com ele, ela tinha que falar o real motivo de ter pedido para encontra-lo naquele dia. E o motivo era o pior.
Quatro meses antes daquela data eles tinham se encontrado pela primeira vez e havia acontecido o que para ela seria memorável, se para ele seria também nunca saberemos. Ela cometeu loucuras naquele dia e fez promessas que infelizmente não conseguiu cumprir. 
Ela que sabia iludir, acabou se iludindo, o engraçado é que ele nunca tentou iludi-la, pelo contrário, sempre deixou os reais sentimentos dele sempre claros, ela conseguiu se iludir sozinha. Inacreditável como uma tarde pode mudar uma história, pode mudar um vida. Pode dar sonhos e arranca-los. 
Ela nunca o esqueceria, ela nunca esqueceria seu cheiro, seu toque, seu jeito de sussurrar o nome dela, o seu olhar, o seu beijo, ela nunca esqueceria cada detalhe das tardes que eles passaram juntos, das tardes que ela pegou o ônibus ainda não acreditando em tudo que havia acontecido, não acreditando que conseguiu fazer tudo aquilo que havia feito, mas ela estava muito feliz. 
Porém, ela não podia mais viver com aquele sentimento ilusório dentro dela, ela tinha que partir e não voltar, ela tinha que dizer a verdade para ele, dizer que nunca cumpriu as promessas feitas, nunca falou a verdade, que sempre fingiu não gostar dele, sempre fingiu não sentir sua falta, mas o que ele não sabia é que ela não parava de pensar nele um minuto se quer, que ela sempre arrumava um jeito de olhar para ele, mesmo que fosse por uma foto, ela estava perdidamente apaixonada por ele, e mesmo que isso fosse um exagero, ela não suportava mais a ilusão e isso tinha que terminar. 
Mas como terminar uma coisa que nunca começada?
Essa era a pergunta que estava dentro dela, ela tinha que falar a verdade para ele, mas falar o que? Que o amava? Que sentia falta de tudo nele? Que queria ser mais que uma amiga? Que queria ficar ao seu lado todos os minutos e segundos que fosse permitido? Que ela sempre sentia saudades? O que ela deveria falar? Abrir o jogo, mas como? 
Perguntas e mais perguntas.
Ela apenas falou.
Falou que gostou dele desde a primeira vez que o tinha visto, que quando ela o conheceu ele não saiu mais de seus pensamentos, que ela esperava todas as noites ansiosa pela aparição dele, pelo oi dele, que os minutos ao lado dele eram os melhores, que ela o amava e que por esse motivo não podia mais ficar com ele, não poderia mais encontra-lo, que ela não queria mais sofrer, contou para ele todos os textos que escreveu, todas as noites em claro que passou pensando nele, todos os meninos que ela ignorou porque era só com ele que ela queria ficar, que quando soube que ele estava com outra ela chorou por dentro e as lágrimas só não escorreram pelo seu rosto porque ninguém podia saber o quanto ele a deixava franca, ela contou sobre todos os sonhos que teve, todas as vezes que ela imaginou ele se declarando. 
E dessa vez ela foi embora, só que não possuía um sorriso no rosto.
Porque ele não respondeu nada, apenas a deixou partir. 


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